29 de março de 2010

Justiça para Isabella.


E fez-se Justiça.

Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos e Anna Jatobá a 26 anos de prisão. Os réus foram condenados por homicidio triplamente qualificado. O resultado do julgamento foi comemorado, pelos populares que se aglomeraram em frente ao Fórum, com gritos , urras e até fogos de artifícios.

Mas, há motivo para comemoração?

Sinceramente, creio que não. Como bem disse a mãe da vitima: amanhã vou acordar e minha filha não vai estar lá, nada a trará de volta. Na verdade a tragédia abateu-se sobre as duas, na verdade três,ou mais, familias. Ana Oliveira perdeu para sempre sua filha, mas é jovem o tempo correrá em seu favor. Ela provavelmente terá outros filhos; Isabella será uma doce lembrança, um sonho, um anjo que passou em sua vida e que marcará indelevelmente a sua vida, de seus familiares, e porque não dizer, de todos os brasileiros.

Quanto aos Nardoni - Alexandre e Anna Jatobá - perderam a liberdade, perderam os filhos, perderão o pátrio poder, não acompanharão seus filhos à escola, as festinhas de aniversários... Alexandre não ensinará a Cauã e Pietro a pedalarem suas primeiras bicicletas. Anna não beijará "os dodóis" de seus pimpolhos, não os auxiliará nas tarefinhas da escola. O tempo correrá em desfavor deles, envelhecerão no presídio. Eles não serão referencias para seus filhos, não poderão ajudá-los na escolha da profissão . E quando os meninos namorarem pela primeira vez será aos avós que eles as apresentarão. Elas, as crianças não terão orgulho da "residência", nem da história de seus pais. Pobres crianças, órfãs de pais vivos.

E os Nardoni, os pais de Alexandre ? Eles perderam a neta predileta. A mãe de Alexandre descobriu que pariu um monstro, um covarde. Ela assim o disse no dia do crime: Monstros, Covardia, Covardia... Não poderia , nem de longe, imaginar que tratava-se de seu próprio filho. O Nardoni pai - avô da vitima - lutou contra todas as evidencias, como ele queria que Alexandre fosse inocente... é tão dificil acreditar que aquele menino (para os pais os filhos serão sempre crianças) tenha cometido ato tão vil. Após o julgamento vê-se um homem alquebrado, derrotado, infeliz, e acho que, principalmente, por não restar mais nenhuma dúvida em sua cabeça paterna que Alexandre é um assassino frio. Ah, se eles pudessem antever, certamente diriam como disse o Salmista: "melhor, teria sido que Alexandre fosse um aborto".
E os pais de Anna Jatobá terão a dificil tarefa de criar, educar os netos, e de explicar o inexplicável.

O defensor do casal acusado Roberto Poodval conclui sua fala citando o medium Chico Xavier:
"Ninguem pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas pode fazer um novo final".
Sem razão , o defensor, nesse caso não se aplica a máxima. O final foi triste para todos, embora a justica tenha sido feita, Isabella não terá festa de quinze anos, não receberá medalhas de natação, nunca mais exibirá seu belo sorriso...Ana Carolina perdeu para sempre sua primogênita.
E os Nardoni perderam, irremediavelmente, entre outras coisas, a dignidade.

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