Não precisa bater quando chegares.
Toma a chave de ferro que encontrares sobre o pilar,
ao lado da cancela,
e abre com ela a porta baixa,
antiga e silenciosa.
Entra.
Aí tens a poltrona,
o livro,
a rosa,
o cântaro de barro
e o pão de trigo.
O cão amigo pousará nos teus joelhos a cabeça. ,
Deixa que a noite, vagarosa, desça.
Cheiram a relva e sol, na arca e nos quartos, os linhos fartos,
e cheira a lar o azeite da candeia.
Dorme.
Sonha.
Desperta.,
Da colméia nasce a manhã de mel contra a janela.
Fecha a cancela e vai.
Há sol nos frutos dos pomares. ,
Não olhes para trás
quando tomares o caminho sonâmbulo que desce.
Caminha - e esquece.,
(Guilherme de Almeida)
Lindíssimo!!!! Adoro os textos de Guilherme de Almeida! E o pão rústico, bem da roça traduz bem o poema...delicioso!
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