11 de maio de 2009

o meu carteiro
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPCS1zbmzF_6NBH1tL8_RKjsUc8jBGF6dx31h530Q3UnV7__p3lnkQskK19wti38wGFumQeGqJOsq8mK707Go5vHtgGRVindC9-EiALhCMuAN2xeglj4LCNdtw34L1p6icLbJIfe1M0pue/s320/cartas.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPCS1zbmzF_6NBH1tL8_RKjsUc8jBGF6dx31h530Q3UnV7__p3lnkQskK19wti38wGFumQeGqJOsq8mK707Go5vHtgGRVindC9-EiALhCMuAN2xeglj4LCNdtw34L1p6icLbJIfe1M0pue/s320/cartas.jpg


O meu carteiro, adoro-o
se me traz facturas saldos bancários
zero na conta a ordem
menos que zero na conta a prazo

poupanças nada e
crédito disparando
faz várias perninhas ali mesmo
no átrio em cima do tapete
desculpando-se com habilidades várias
de modo que eu
ansiosa pelo seu toque
visto-me como quem não quer, mas quero
e peço-lhe mordiscando-lhe a orelha: por obséquio
mais papelada amanhã
dessa que me agiganta até
transformar-me em nada
onde nos desencontraremos

Bénédicte Houart, in Aluimentos

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