13 de julho de 2008

A fonte


A Fonte

Da espalda de um rochedo, gota a gota

límpida fonte sobre o mar caia,

Mas, ao vê-la tombar em seu regaço:

” O que queres de mim?” O mar dizia.

“Eu sou da tempestade o antro escuro;

“Onde termina o céu aí começo;

“Eu que nos braços toda a terra espreito,

“De ti, tão pobre e vil, de ti careço?…

No tom saudoso do quebrar das águas

Ao mar, serena, a fonte assim murmura:

“A ti, que és grande e forte, a pobre fonte

Vem dar-te o que não tens, dar-te a doçura!”

Victor Hugo

Nenhum comentário:

Postar um comentário