27 de fevereiro de 2008

AMIGOS - Mario Quintana




Prometi a minha amiga Adilza que ia mandar esse texto, por e-mail, isso faz mais de 24 meses! Adilza é minha amiga há exatos 20 anos, nem sempre estamos juntas, as vezes, e por longos periodos, estou morando em lugar diverso. Quando "desapareço" sem deixar endereço ou telefone, é ela quem me acha através de serviços de informações telefonicos, ou site de busca. Ela se preocupa com meu bem estar, com minha saude, enfim se preocupa comigo. Não temos nenhum vínculo sangüineo, mas é amiga "mais achegada que irmã". Me perdoe , Adilza, se não demonstro todo o amor que sinto por você. Saiba que mesmo distante, voce se faz presente, nos conselhos que recebi, nas lembranças da infancia de nossos filhos, e até dos presentes que recebi e os conservo com muito carinho....




Bem, aí vai a crônica de Quintana, faço dela minhas palavras.

"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade, e eu poderia suportar, embora não sem dor,que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...Alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.Mas porque não os procuro com assiduidade,não posso lhes dizer o quanto gosto deles.Eles não iriam acreditar! Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio Vital,porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente,construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.Se todos eles morrerem, eu desabo!Por isso é que sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo. Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer... Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"




Mario Qintana

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