26 de janeiro de 2009
A doença, a morte, as dores;
Mas, para alegrar a terra,
Basta haver-lhe dado as flores.
Umas, criadas com arte,
Outras, simples e modestas,
Há flores por toda a parte
Nos enterros e nas festas,
Nos jardins, nos cemitérios,
Nos paúes e nos pomares;
Sobre os jazigos funéreos,
Sobre os berços e os altares,
Reina a flor! pois quis a sorte
Que a flor a tudo presida,
E também enfeite a morte,
Assim como enfeita a vida.
Amai as flores, crianças!
Sois irmãs nos esplendores,
Porque há muitas semelhanças
Entre as crianças e as flores...
Olavo Bilac
25 de janeiro de 2009
Tünel do tempo
Túnel do Tempo
de Roberto Frejat
Nosso encontro aconteceu como eu imaginava
Você não me reconheceu, mas fingiu que não era nada
Eu sei que alguma coisa minha, em você ficou guardada
Como num filme mudo antes da invenção das palavrasAfinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadas
Sinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradas
Mas há dias em que nada faz sentido
E o sinais que me ligam ao mundo se desligamEu sei que uma rede invisível irá me salvar
O impossível me espera do lado de lá
Eu salto pro alto eu vou em frente
De volta pro presenteSozinho no escuro nesse túnel do tempo
Sigo o sinal que me liga à corrente dos sentimentos
Onde se encontra a chave que me devolverá
O sentido das palavras ou uma imagem familiar
Mas há dias em que nada faz sentido
E os sinais que me ligam ao mundo se desligam
24 de janeiro de 2009
Sobre o ocaso
"A tarde é a hora em que a natureza parece convidar os homens ao amor, à meditação, à saudade, ao arroubo, aos suspiros, a cantar com os anjos, a conversar com Deus".
23 de janeiro de 2009
Flores - fotos feitas em Holambra
Rancho das flores
Entre as prendas com que a naturezaAlegrou este mundo onde há tanta tristeza
A beleza das flores realça em primeiro lugar
Vem antes do cravo
E do lírio e da Hortência
E da dália e do bom crisântemo
E até mesmo do puro e gentil malmequer
E reparem no cravo o escravo da rosa
Que é flor mais cheirosa
De enfeite sutil
E no lírio que causa o delírio da rosa
O martírio da alma da rosa
Que é a flor mais vaidosa e mais prosa
Entre as flores do nosso Brasil
Da cor mais vistosa
Do grande jardim da existência das flores
Tão cheias de cores gentis
Satisfeita da vida
Vem a margarida
Que é a flor preferida dos que tem paixãoE agora é a vez da papoula vermelha
A que dá tanto mel pras abelhas
E alegra este mundo tão triste
E agora que temos o bom crisântemo
Seu nome cantemos em verso e em prosa
Porém que não tem a beleza da rosa
Que uma rosa não é só uma flor
Uma rosa é uma rosa, é uma rosa
É a mulher rescendendo de amorVinicius de Moraes
India - As castas
Vovô baba com a criatividade da netinha.
Essa indiana é uma graça
Belle catou os lenços da vovó e fez essa belissima produção.
Qual a casta dessa indiana?
-Da casta belleza pura
Uma peculiaridade da cultura indiana é o sistema de castas. A casta é um sistema de estratificação social hereditário, fundamentado na religião indiana.Mas atenção: a casta não deve ser confundida com classe social; ela não está necessariamente ligada à riqueza ou pobreza. O indivíduo nasce e morre dentro de sua casta e a transmite a seus filhos, independente de quantos bens venha a juntar ou dos méritos que venha a acumular.
A casta não é regida pelo que uma pessoa possui, mas pelo que ela é. Portanto, é imutável, não permite nenhuma mobilidade.
A origem
Segundo o hinduismo, a humanidade nasceu de um único deus: Brahma. Porém, cada um se originou de diferentes partes de seu corpo. Esse é o critério para classificar as 4 castas básicas:
- Brâmanes (sacerdotes, professores, sábios) - a casta mais alta, saiu da boca de Brahma
- Xátrias (governantes e guerreiros) dos braços de Brahma
- Vaisias (comerciantes) das pernas de Brahma
- Sudras (agricultores, prestadores de serviço) dos pés de Brahma
Os “sem-casta”
Os dalits, ou intocáveis, são párias: aqueles que não têm casta, a poeira sob os pés de Brahma. Eles realizam os trabalhos considerados impuros para as outras castas, como a limpeza de excrementos, a lida com os cadáveres. Os dalits não podem beber água na mesma corrente dos demais, não lhes é permitido entrar nos templos, nem mesmo tocar, com seu corpo ou com sua sombra, um indivíduo pertencente a qualquer casta.
Luta contra o preconceito
Gandhi foi um dos que lutaram pela inclusão dos intocáveis. Ele próprio passou a lavar o seu e outros banheiros, numa atitude simbólica que tinha por finalidade demonstrar a igualdade entre os homens.
Depois da independência da Índia, em 1947, um intocável, o dr. Ambdkar, participou da redação da nova constituição, que aboliu as castas - da lei, mas não dos costumes. Elas vigoram até hoje, mais fortemente nas regiões rurais, e o governo da Índia tem feito campanhas sistemáticas no intuito de transformar esse quadro, estimulando com prêmios casamentos entre castas e proporcionando aos dalits o direito à educação e ao mercado de trabalho. Apesar de ainda encontrarem muita resistência, os dalits já fizeram conquistas consideráveis: entre outras, a eleição de Mayawati, uma intocável, para governadora do estado de Uttar Pradesh.
Fonte: http://especial.caminhodasindias.globo.com/conexao-india/2008/12/23/divididos-em-castas/