20 de maio de 2008


Que Será, Será ..

When I was just a little girl

Quando eu era menina

I asked my mother what will I be

Perguntei à minha mãe

Will I be pretty

Serei bela ? Will I be rich? Serei rica?

Here's what she said to me

Ela me disse assim: Que sera sera

O que será, será.

Whatever will be will be

O que tiver que ser será

The future's not ours to see

O futuro não nos pertence pra ver

When I was just a child in school

Quando eu era estudante

I asked my teacher what should I try

Perguntei ao meu professor

Should I paint pictures

Se deveria pintar quadros

Should I sing songs

Ou cantar canções

This was her wise reply

Sua resposta sensata foi esta:

Que sera sera O que será, será...

When I grew up and fell in love

Quando eu cresci e me apaixonei

I asked my sweetheart what lies ahead

Perguntei ao meu amor o futuro

Will there be rainbows day after day

Se existe arco-íris dia após dia

Here's what my sweetheart said

E ele me respondeu assim...

O que será, será...

(Gravação original por Doris Day)

Fortes X Fracos - Augusto Cury


Para Deus ......
os indivíduos fortes usam o diálogo; os fracos, o poder e as armas....
os fortes são pacificadores, diplomatas da paz; os fracos promovem conflitos....
os fortes perdoam; os fracos condenam....
os fortes amam e dão a outra face;
os fracos excluem e, por vezes, eliminam os que pensam de maneira diferente....
os fortes não fazem propaganda dos seus actos generosos;
os fracos, são especialistas em auto-promoção, ainda que através de ações sutis.


Augusto Cury

19 de maio de 2008

Nuvem passageira - Composição: Hermes de Aquino


Eu sou nuvem passageira,

Que com o vento se vai,

Eu sou como um cristal bonito

Que se quebra quando cai.


Não adianta escrever meu nome n’uma pedra,

Pois essa pedra em pó vai se transformar,

Você não vê que a vida corre contra o tempo

Sou um castelo de areia na beira do mar.

(Ar, Ar)


Eu sou nuvem passageira,

Que com o vento se vai

,Eu sou como um cristal bonito

Que se quebra quando cai.


A lua cheia convida para um longo beijo

Mas o relógio te cobra o dia de amanhã

Estou sozinho, perdido e louco no meu leito,

E a namorada analisada por sobre o divã.

(Ar, Ar, Ar) (Ar, Ar,Ar)


Eu sou nuvem passageira,

Que com o vento se vai,

Eu sou como um cristal bonito

Que se quebra quando cai.



Por isso agora o que eu quero e dançar na chuva

Não quero nem saber de me fazer ou me matar

Ou vou deixar um dia fique a minha energia

Sou um castelo de areia na beira do mar,,

(Ar, Ar, Ar) (Ar, Ar,Ar)


Eu sou nuvem passageira,

Que com o vento se vai,

Eu sou como um cristal bonito

Que se quebra quando cai

17 de maio de 2008

Quintana X Biblia - Em outras palavras...


Observação


“Não te irrites, por mais que te fizerem...

Estuda, a frio, o coração alheio.

Farás, assim, do mal que eles te querem,

Teu mais amável e sutil recreio...”


(Mário Quintana)

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Salmos 37


1. Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.

2. Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde.

3. Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade.

4. Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração.

5. Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.

6. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia.

7. Descansa no SENHOR e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios.

8. Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente, isso acabará mal.

16 de maio de 2008

PARA MIM ISSO É GREGO por Mario Prata



Adoro brincar com palavras, palavrões, expressões, ditos populares ou impopulares. Descobrir a origem de palavras e frases. Tenho um amigo que me chama de O Rei do Dicionário Abril. Tenho todos, desde 75. Outro dia, no Jô, esbaldei-me (caí dentro de um balde?) de rir com o jornalista Marcelo Duarte, que escreveu um livro imenso (O Guia dos Curiosos, editora Cia. das Letras) só sobre essas bobageiras e, tenho certeza, para mim.
Agora saiu um outro livro (Isso é Grego Para Mim!, de Michael Macrone, da Universidade de Berkeley, pela Editora Rotterdan). Macrone, ainda garoto, vai buscar no grego e no latim, naqueles clássicos todos, as origens de algumas palavras e expressões. É uma delícia. Vou contar algumas:


ALTER EGO — Sêneca já dizia: "O que pode ser mais precioso que ter um amigo com o qual francamente possas falar a respeito de tudo? Um amigo assim é raro e, uma vez encontrado, deve ser diligentemente conservado, pois é como um outro eu (alter ego)". Só depois de Freud é que alter ego tomou o sentido de "uma identidade diferente de uma mesma pessoa".


O AMOR É CEGO — Viria da cegueira do Cupido, apontando sua seta dourada para alguma vítima. Mas pairam dúvidas, pois a cegueira do Cupido parece ter sido coisa pós-clássica.


AMOR PLATÔNICO — Claro, vem de Platão, é claro, que nutria um amor não sexual pelos seus jovens discípulos. "Na Grécia daquele tempo, não era raro adolescentes e rapazes se ligarem romanticamente a um homem mais velho, que ficava conhecido como o 'amante'." Parece que hoje em dia isso se chama pederastia. O meu amor, por exemplo, é um amor pratônico.

ARGONAUTAS — Era a nau de Jasão, construída por Argos, cujo nome, em grego, quer dizer veloz. Daí que veio a palavra dada aos aventureiros que chegaram na Califórnia em 1849, na grande Corrida do Ouro.

CALCANHAR DE AQUILES — Nem sempre Aquiles teve um calcanhar de Aquiles, que seria seu único ponto vulnerável. Conta a lenda que a flechada com que Páris o matou não foi bem ali que acertou.

CANÁRIO — Por que um pássaro teria o nome derivado de um cão (canis)? Foram originários de uma ilha que tinha muitos cães e pássaros (hoje as Ilhas Canárias, espanholas). Cães e pássaros foram levados para o continente. Os cachorros morreram, ficaram os canários.

SIRENE — Vem do canto das sereias, que tanto atraíam Ulisses e sua turma pelos mares. A palavra sirene vem de sereia. Assim como as sereias chamavam os navegadores para a morte, hoje a sirene chama os operários para as fábricas. Sem contar a sirene da polícia, que coisa boa não chama.

CÍNICO — Mais uma vez, coisa de cachorro. Do grego kynicós, que significa "semelhante a cachorro". O apelido era dado aos filósofos de então e "trazia uma boa carga de desprezo por pessoas que não estavam lá muito preocupadas com a higiene pessoal e cujos costumes ascéticos colocavam-nas à margem do que considerava uma sociedade civilizada". Portanto, concluo eu, os hippies foram os cínicos dos anos 60.

FASCISTA — Os ajudantes de oficiais romanos usavam feixes (fascis, em latim) no ombro, como símbolo de autoridade. No final do século 19, na Itália, a palavra passou a significar "grupamentos políticos". Mussolini, antibolchevista, gostou do nome.

LACÔNICO — Quando Felipe da Macedônia escreveu aos magistrados de Esparta "Se eu entrar na Lacônia, reduzirei Esparta a pó", os lacônicos sucintamente responderam: “Se". Mais lacônico impossível.

MENTOR — Era um soldado, amigo de Ulisses, na Odisséia de Homero. Venceu uma batalha, salvando Penélope de uns tarados e o seu nome entrou para a história, embora não tenha vencido mais nenhuma luta.

OPERAÇÃO CESARIANA— Aqui pairam dúvidas. Todos sabem que Júlio César nasceu de uma cesariana. Mas acontece que, quando ele nasceu, ainda não era César. Chamava-se Caio Júlio. É como o caso do ovo e da galinha. Quem nasceu primeiro?


OSTRACISMO — "No século V a.C., os cidadãos votavam em seus inimigos públicos favoritos, escrevendo os nomes em um pedaço de cerâmica, utensílio que os gregos chamavam de óstrakon. Os vencedores eram prontamente banidos da cidade por dez anos." Ou seja, caíam no ostracismo.


QUEIMAR AS PESTANAS — Pitéas, líder popular ateniense, espicaça Demóstenes (aquele que treinava oratória com a boca cheia de pedras), dizendo que seus argumentos "cheiravam a lamparina" — em outras palavras, que eles revelavam demasiado estudo. Hoje diríamos que, para ele chegar aonde chegou, "queimava as pestanas".

SALÁRIO — "É aquilo que você recebe no final do mês e logo gasta em CD e despesas com o carro, mas, quando os soldados romanos recebiam seu salariam, era para que pudessem comprar sal, importado e precioso."

TRAGÉDIA — Supõe-se que a palavra vem de tragoidía, que significa "canção do bode". Bode, em grego é trágos.
Deve ser verdade, porque, afinal, toda tragédia é um verdadeiro bode.

14 de maio de 2008

Palavras...... (William Shakespeare)


"Não chegarão aos ouvidos do Eterno palavras sem sentimento."


(William Shakespeare)

13 de maio de 2008

As camélias do Leblon - (13 de maio )


Um quilombo no que é hoje a Zona Sul do Rio, uma princesa (Isabel) que acolhia escravos fugidos no seu palácio e uma flor que servia de símbolo de um movimento subversivo: historiador junta as peças do quebra cabeça e reconstitui episódio esquecido do Império. A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de um modelo novo de resistência, o que podemos chamar quilombo abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o quilombo rompimento, a tendência dominante era a política do esconderijo e do segredo de guerra. Por isso, esforçam-se os quilombolas exatamente em proteger seu dia-a-dia, sua organização interna e suas lideranças de todo tipo de inimigo ou forasteiro, inclusive, depois, os historiadores. Já no modelo novo, o quilombo abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes, com documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os poderosos guerreiros do modelo anterior, mas um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade envolvente. Sabemos hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no caso dos quilombos abolicionistas, os contatos com a sociedade são tantos e tão essenciais, parte do jogo político da sociedade envolvente. O Quilombo do Jabaquara, em São Paulo – uma das maiores colônias de fugitivos da história – é um bom exemplo do novo paradigma da resistência. O quilombo organiza-se em torno da “casa de campo de abolicionista” e os quilombolas erguem seus barracos com dinheiro recolhido entre pessoas de bem e comerciantes de Santos. A população local, inclusive as senhoras de bom nome, protege o quilombo das investidas policiais e parece fazer disso um verdadeiro padrão de glória. Quintino de Lacerda, o chefe do quilombo, levou uma vida bastante confortável e morreu rico, deixando extensa lista de bens, móveis e imóveis, para seus herdeiros, incluindo um pequeno tesouro amealhado em jóias de ouro e moedas de prata. Quintino não era um guerreiro no mesmo sentido que o foi Zumbi dos Palmares, o indomável general. Era já uma espécie de administrador, articulador, líder populista, intermediário, enfim, entre o quilombo e a sociedade em torno. Sobre o quilombo do Leblon, no Rio de Janeiro, as notícias são ainda mais surpreendentes. A começar por seu idealizador, ou chefe, que era o português José de Seixas Magalhães. Os quilombolas não demonstravam qualquer indício de preconceito racial. Também o Seixas, positivamente, era um homem de idéias avançadas, dedicado à fabricação e comércio de malas e sacos de viagem na Rua Gonçalves Dias, no Centro, onde já utilizava os mais modernos recursos tecnológicos. Suas malas feitas com máquina a vapor, eram reconhecidas pelo mundo afora, e mereceram prêmios tanto na Exposição do Rio de Janeiro, quanto na Exposição de Viena d`Áustria. Além de sua fábrica a vapor, o Seixas possuía uma chácara no Leblon, onde cultivava flores com o auxílio de escravos fugidos. Seixas ajudava os fugitivos e os escondia na chácara do Leblon com a cumplicidade dos principais abolicionistas da capital do Império, muitos deles membros proeminentes da Confederação Abolicionista. A chácara de flores, a floricultura do Seixas, era conhecida mais ou menos abertamente como o “quilombo Leblond”, ou “quilombo Le Bloon”, então um remoto e ortograficamente ainda incerto subúrbio à beira-mar. Era, digamos, um quilombo simbólico, feito para produzir objetos simbólicos. Era lá, exatamente, que o Seixas cultivava as suas famosas camélias, o símbolo por excelência do movimento abolicionista. Naquela época, como infelizmente ainda hoje, a camellia japonica era uma planta relativamente rara no Brasil, introduzida no Rio de Janeiro há uns 60 anos, se tanto. Exatamente como a Liberdade que se pretendia conquistar, a camélia não era uma flor dessas comuns, naturais da terra e encontradiças soltas na natureza. Era, pelo contrário, uma flor especial, estrangeira, cheia de melindres com o sol, que requeria know-how, ambiente, mão-de-obra, relações de produção, técnicas de cultivo e cuidados muitíssimo especiais. Ainda em 1897, quase dez anos depois da Abolição, Olavo Bilac ainda contrapunha as “flores da mata”, a nossa natureza comum daqui mesmo, com as sofisticadas camélias, símbolo de refinamento e civilização. “Aí tens tu, leitor amigo, as flores da mata...Se não as queres, aqui tens as camélias formosíssimas, filhas da civilização, primores nascidos e criados à custa de cuidados sem conta”. Como Quintino do quilombo do Jabaquara, o imigrante Seixas era um homem muito bem relacionado. Além da cumplicidade que tinha com os grupos abolicionistas do Rio, contava com a proteção da própria Princesa Isabel. Pelo menos o homem fornecia suas camélias, em bases regulares, ao Palácio das Laranjeiras, então residência da princesa e hoje sede do governo do Estado. As camélias do Leblon enfeitavam não apenas a mesa de trabalho da Princesa, como ainda sua capela particular, onde se apegava a Deus e fazia suas orações. Para esse serviço simbólico, o Seixas reservava, é claro, as mais belas camélias do seu quilombo. Tudo isso pode parecer muito interessante, mas, se pensarmos bem, a simples existência de um quilombo como o do Leblon, assim tão atuante e tão simbólico, não podia deixar de ser um escândalo público permanente, perpetrado nas barbas da polícia. O quilombo do Leblon era um ícone do movimento abolicionista, uma de suas melhores bases simbólicas e um dos seus trunfos para a negociação política. Por isso, na verdade, ninguém parecia muito interessado em dissimular ou esconder a existência do quilombo do Leblon, nem mesmo o Seixas ou qualquer de seus amigos abolicionistas. Estes, pelo contrário, lá promoviam ótimas festas de confraternização, batucadas animadíssimas, como aquela que aconteceu, por exemplo, no dia 13 de março de 1886, aniversário do Seixas. A turma abolicionista passou a noite toda na farra do Leblon e só lembrou de voltar altas horas da madrugadas. E vinham eles em animada cantoria pelo caminho, os quilombolas na maior folga do mundo tocando suas violas, e os abolicionistas aos gritos sediciosos de “vivam os escravos fugidos!” Isso durante todo o percurso a pé, do quilombo até chegar no Largo das Três Vendas, na Gávea, onde ficava o ponto final do bondinho puxado a burro que os traria de volta à civilização. Além das festas e da batucada, outra boa evidência de que o Seixas não estava preocupado em esconder a existência do quilombo pode ser encontrada na subscrição popular que ofereceu uma pena de ouro à Princesa Regente, para com ela assinar a lei da Abolição. A lista é encabeçada pelo diretor da Revista Ilustrada, o abolicionista Angelo Agostini, e traz entre seus assinantes, todos pessoas físicas, uma entidade coletiva, o “Quilombo Leblond” como aparece escrito, e que todo mundo sabia tratar-se do Seixas das malas. Quando o chefe de polícia, desembargador Coelho Bastos, o famoso “rapa-coco”, quis agir e pôr fim à cantoria abolicionista que se fazia na Gávea, no ponto final dos bondes, o Seixas foi protegido pela própria Princesa Isabel e, por trás dela, pelo Imperador do Brasil, que, segundo consta, pediu ao Barão de Cotegipe que encerrasse o caso sem maiores formalidades ou investigações. A Princesa Isabel também protegia fugitivos em Petrópolis. Temos sobre isso o testemunho insuspeito do grande abolicionista André Rebouças, que tudo registrava em sua caderneta implacável. Só assim podemos saber hoje, com dados precisos, que no dia 4 de maio de 1888, “almoçaram no Palácio Imperial 14 africanos fugidos das Fazendas circunvizinhas de Petrópolis”. E mais: todo o esquema de promoção de fugas e alojamento de escravos foi montado pela própria Princesa Isabel. André Rebouças sabia de tudo porque estava comprometido com o esquema. O proprietário do Hotel Bragança, onde André Rebouças se hospedava, também estava comprometido até o pescoço, chegando a esconder 30 fugitivos em sua fazenda, nos arredores da cidade. O advogado Marcos Fioravanti era outro envolvido, sendo uma espécie de coordenador geral das fugas. Não faltava ao esquema nem mesmo o apoio de importantes damas da corte, como Madame Avelar e Cecília, condessa da Estrela, companheiras fiéis de Isabel e também abolicionistas da gema. Às vésperas da Abolição final, conforme anotou Rebouças, já subiam a mais de mil os fugitivos “acolhidos” e “hospedados” sob os auspícios de Dona Isabel. André Rebouças, o intelectual negro de maior prestígio da época, fazia uma ponte entre o esquema de fugas montado pela Princesa, em Petrópolis, e o alto comando do movimento abolicionista, no Rio de Janeiro: o pessoal da Confederação Abolicionista, Joaquim Nabuco, Joaquim Serra, João Clapp, José Carlos do Patrocínio. O quilombo de Petrópolis, o quilombo do Leblon ou o quilombo do Jabaquara são quilombos abolicionistas, isto é, fazem parte já do jogo político da transição. Para o modelo anterior, o quilombo rompimento, o melhor exemplo será sempre o de mocambos guerreiros como o mocambo heróico de Acotirene; o mocambo de Dambrabanga; o mocambo de Zumbi; o mocambo do Aqultume, sua mãe; o mocambo de Andalaquituche, seu irmão; a Cerca de Subupira; a Cerca Real do Macaco e toda a confederação a que chamamos Palmares. Com a proteção do Imperador, felizmente, o quilombo do Leblon nunca chegou a ser investigado, continuando a Princesa a receber calmamente os seus ramalhetes de camélias subversivas. E com isso, como se pode imaginar, crescia barbaramente o poder simbólico das camelliaceas dentro do movimento político, sobretudo das que pudessem ser identificadas como “camélias do Leblon” ou “camélias da Abolição”. Na guerra simbólica que se instaura, uma ou outra vez, a Princesa ousou aparecer em público – o que era sempre notado pelos jornais – com uma dessas flores do Leblon a lhe adornar o vestido. O simbolismo estará presente até na hora da assinatura da lei, quando aproximou-se da princesa o presidente da Confederação Abolicionista, João Clapp, e lhe fez entrega, solenemente, de um “mimoso bouquet de camélias artificiais”. E, logo em seguida, quando aproximou-se também o imigrante Seixas, honrado fabricante de malas, que passou às mãos da Princesa um outro belíssimo buquê de camélias. Desta feita, contudo, camélias naturais, vindas diretamente do quilombo do Leblon. Na verdade, a hoje aparentemente insuspeita camélia, fosse natural ou artificial, era um dos símbolos mais poderosos do movimento abolicionista. A flor servia, inclusive, como uma espécie de código através do qual os abolicionistas podiam ser identificados, principalmente quando empenhados em ações mais perigosas, ou ilegais, como o apoiamento de fugas e a obtenção de esconderijo para os fugitivos. Um escravo de São Paulo, por exemplo, que desse às de vila-diogo e viesse parar no Rio de Janeiro, podia identificar imediatamente os seus possíveis aliados, já na plataforma de desembarque da Estação D. Pedro II, simplesmente pelo uso de uma dessas flores ao peito, do lado do coração. Caso o fugitivo ignorasse totalmente os princípios básicos dessa semiótica, dificilmente poderia contar com a proteção da poderosa Confederação Abolicionista, fundada em 1883, cujo programa era, simplesmente, combater o regime. A camélia era bem o símbolo da Confederação Abolicionista e de seus métodos de ação direta. Naquele tempo, usar uma camélia na lapela, ou cultivá-la acintosamente no jardim de casa, era uma quase confissão de fé abolicionista. Alguns pés remanescentes desse tempo simbólico ainda podem ser encontrados em velhos jardins da cidade do Rio de Janeiro. São documentos vivos da história do Brasil.
Eduardo Silva
Notas: O autor é pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa. Na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, (Rui também atuou firmemente no movimento abolicionista) - existem, ainda hoje, três pés de camélias: dois no jardim frontal e um embaixo da janela do seu quarto de dormir.

12 de maio de 2008

Confia em meu amor - WS

"Duvida da luz dos astros,

De que o sol tenha calor,


Duvida até da verdade,


Mas confia em meu amor."

William Shakespeare

PS. Vovó tá chegando pra cantar o parabéns pra Belle, a flor mais bela do meu jardim encantado!


11 de maio de 2008

Dia das Mães.

Uma das comemorações mais singelas e significativas do nosso calendario é o Dia das Mães. Por uma convenção delicada e poética devem trazer os que ainda têm a ventura de ter na terra aquela que lhes deu a vida, humanidade em sangue, e o sangue santificado em leite, uma flôr vermelha, e aquêle que não a tem, tendo-a só na lembrança e no coração, uma flôr branca. O vermelho simboliza ternura e alegria, o branco expressa carinho.

O objetivo desta festa não é adorar as mães, mas sim incentivar o sentimento de gratidão à mãe morta e o sentimento de amor, respeito à mãe que vive. É antes um motivo grande para render-se graças a Deus e adorá-lo com mais fervor. A idéia da festa nasceu com Mary Sassen, de Kentucky, nos Estados Unidos. Publicou um folheto desejosa de despertar nos filhos uma admiração por aquela que é a rainha do lar. Coube, contudo, a miss Ana Jarvis a glória de ter concretizado o ideal de Mary Sassen. Ana Jarvis acabara de perder sua bondosa mãe. Sentindo ela profundas saudades, foi procurada por suas amigas desejosas de a consolarem. Foi, então, que surgiu a idéia de se realizar uma festa em que tôdas as mães fossem lembradas. Sugeriu Ana Jarvis o 2º Domingo de Maio para comemoração, e que cada pessoa trouxesse ao peito uma flôr branca ou encarnada. A idéia divulgou-se com presteza e no dia 9 de Maio de 1914 o presidente Wilson baixou o decreto oficializando o dia para essa celebração. Aos 5 de Maio de 1932 o Dr. Getúlio Vargas assinou o decreto 21.366, que assim reza: "O 2º Domingo de Maio é consagrado às mães em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para o aperfeiçoamento no sentido da bondade e solidariedade humana"
. Críticas têm sido feitas a esta encantadora quanto inspiradora festa. Humberto de Campos na sua brilhante crônica do Dia das Mães assim se expressa: não será realmente uma impiedade colocar no peito, hoje, um cravo roseo, para dizer ao mundo que se é feliz, tornando mais funda a tristeza dos que só podem usar um cravo branco? Haveria uma mãe que fosse beijar alegremente seu filhinho vivo diante de outra que chorasse o filho morto?" O escritor de Os Párias conhecia a profundeza do coração materno, e por certo não ignorava aquela poesia que descreve o encontro de duas mães à porta de uma igreja. Uma levava com um sorriso nos lábios, o filhinho para ser batizado; a outra, triste, trazia um fardo precioso, o filhinho morto para ser enterrado. Ambas entreolharam-se e a que vinha sorridente, ao receber a criança morta, chorou, e a mãe ao receber nos braços a criança viva... Não é impiedade ostentar o rubro cravo por ter a mãe viva, e se, por ventura, a flôr encarnada despertar tristeza no coração de alguém que não tenha mãe, se apenas saudades da mãe carinhosa e boa que teve, então, glorifique a Deus; essa é a saudade bendita.

10 de maio de 2008

Eu Sei que Vou te Amar - Vinicius e Jobim


Eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida eu vou te amar,
A cada despedida, eu vou te amar,
Desesperadamente, eu sei que vou te amar.


E cada verso meu será
Pra te dizer, que eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida.
Eu sei que vou chorar,
A cada ausência tua eu vou chorar,
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou.
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu,
Por toda a minha vida.


Eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida eu vou te amar,
A cada despedida, eu vou te amar,
Desesperadamente, eu sei que vou te amar.
E cada verso meu será
Pra te dizer, que eu sei que vou te amar,
Por toda a minha vida.
Eu sei que vou chorar,
A cada ausência tua eu vou chorar,
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa tua ausência me causou.
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao lado teu,
Por toda a minha vida.
********


(HOMENAGEM À BELLE QUE MORA TÃO, TÃO, DISTANTE....BEIJOS DA VOVÓ)


9 de maio de 2008

O tempo é ... Shakespeare


O tempo é ...
muito lento para os que esperam,
muito rápido para os que têm medo,
muito longo para os que lamentam,
muito curto para os que festejam.
Mas, para os que AMAM,
o tempo é
ETERNIDADE... !


Shakespeare


8 de maio de 2008

Diferenças




Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança ou proximidade. E começa aprender que beijos não são contratos, tampouco promessas de amor eterno. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos radiantes, com a graça de um adulto - e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, pois o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, ao passo que o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol pode queimar se ficarmos expostos a ele durante muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe: algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa o quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e, por isto, você precisa estar sempre disposto a pedoá-la.Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas alguns segundos para destruí-la; e que você, em um instante, pode fazer coisas das quais se arrependerá para o resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que, de fato, os bons e verdadeiros amigos foram a nossa própria família que nos permitiu conhecer. Aprende que não temos que mudar de amigos: se compreendermos que os amigos mudam (assim como você), perceberá que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou até coisa alguma, tendo, assim mesmo, bons momentos juntos.Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito cedo, ou muito depressa. Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que verdadeiramente amamos com palavras brandas, amorosas, pois cada instante que passa carrega a possibilidade de ser a última vez que as veremos; aprende que as circunstâncias e os ambientes possuem influência sobre nós, mas somente nós somos responsáveis por nós mesmos; começa a compreender que não se deve comparar-se com os outros, mas com o melhor que se pode ser.Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se deseja tornar, e que o tempo é curto. Aprende que não importa até o ponto onde já chegamos, mas para onde estamos, de fato, indo - mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar servirá.Aprende que: ou você controla seus atos e temperamento, ou acabará escravo de si mesmo, pois eles acabarão por controlá-lo; e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa o quão delicada ou frágil seja uma situação, sempre existem dois lados a serem considerados, ou analisados.Aprende que heróis são pessoas que foram suficientemente corajosas para fazer o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências de seus atos. Aprende que paciência requer muita persistência e prática. Descobre que, algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, poderá ser uma das poucas que o ajudará a levantar-se. (…) Aprende que não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido: simplesmente o mundo não irá parar para que você possa consertá-lo. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar atrás. Portanto, plante você mesmo seu jardim e decore sua alma - ao invés de esperar eternamente que alguém lhe traga flores. E você aprende que, realmente, tudo pode suportar; que realmente é forte e que pode ir muito mais longe - mesmo após ter pensado não ser capaz. E que realmente a vida tem seu valor, e, você, o seu próprio e inquestionável valor perante a vida.
Willian Shakespeare

7 de maio de 2008

O ar é uma pele


O ar é uma pele, feita de poros

por onde escoa a luz,

gota por gota,

como um suor solar.


Mia Couto


Na mão, em dedos leves e suspensos


Na mão, em dedos leves e suspensos,
Sentir o fluido peso que se esquiva.
Ou, com dedos recurvos que se tocam,
Cingir musculaturas delicadas.
Ou, prolongando em dedos a mão toda,
Medir quanto de carne ali se amplia.
A mão conhece o que mal olhos vêem .
Jorge de Sena

6 de maio de 2008

Ninguém é de ferro - Ascenso Ferreira



Hora de comer
— comer!
Hora de dormir
dormir!
Hora de vadiar
— vadiar!
Hora de trabalhar?
Pernas pro ar
que ninguém é de ferro!

5 de maio de 2008

O canteiro está molhado- Cecilia Meirelles.

Girassois - Van Googh

O canteiro está molhado.

Trarei flores do canteiro,

Para cobrir o teu sono.

Dorme, dorme, a chuva desce,

Molha as flores do canteiro.

Noite molhada de chuva,

Sem vento, nem ventania,

Noite de mar e lembranças..."

É o amor que chegou na sua vida.


Se os olhares se cruzarem e neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa ... Se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um para o outro ... Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado ... Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida ... Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo estando ela de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados ... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite ... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado ... É o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva. Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela ... Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo ... É o amor que chegou na sua vida ! Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou, às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. Preste atenção nos sinais e não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O amor ...

4 de maio de 2008

Amai-vos


Amai-vos um ao outro,
mas não façais do amor um grilhão.
Que haja, antes,
um mar ondulante entre as praias de vossa alma.


Enchei a taça um do outro, mas não bebais da mesma taça.
Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantai e dançai juntos,
e sede alegres,mas deixai cada um de vós estar sozinho.
Assim como as cordas da lira são separadas
e, no entanto, vibram na mesma harmonia.
Dai vosso coração, mas não o confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da Vida pode conter vosso coração.
E vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente.
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente.
E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro. -



Gibran Kahlil Gibran -

3 de maio de 2008

O amor - WS


O amor acrescenta uma preciosa visão aos olhos.
- William Shakespeare
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2 de maio de 2008

Primeiro de Maio - Chico Buarque


Hoje a cidade está parada
E ele apressa a caminhada
Pra acordar a namorada logo ali
E vai sorrindo, vai aflito
Pra mostrar, cheio de si
Que hoje ele é senhor das suas mãos
E das ferramentas
Quando a sirene não apita
Ela acorda mais bonita
Sua pele é sua chita, seu fustão
E, bem ou mal, é seu veludo
É o tafetá que Deus lhe deu
E é vendito o fruto do suor
Do trabalho que é só seu
Hoje eles hão de consagrar
O dia inteiro pra se amar tanto
Ele, o artesão
Faz dentro dela a sua oficina
E ela, a tecelã
Vai fiar nas malhar do seu ventre
O homem de amanhã .