31 de agosto de 2008

O que eu adoro em ti




Madrigal Melancólica
  O que eu adoro em ti
Não é sua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Mas é o espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
........
O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
.....
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai
.....
O que adoro em ti lastima-me e consola-me
O que eu adoro em ti é a vida!


Manuel Bandeira


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