28 de novembro de 2008



.“...destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva. Porque proclamarei o nome do Senhor."

(Bíblia - Livro de Deuteronômio 32:2b-3a)

27 de novembro de 2008

O MAGO - Augusto Branco

Imagens bebes

O Mago

Quando crianças, nós não conhecemos limites. Num curto período de tempo, aprendemos a falar sem nunca antes termos falado coisa alguma. Aprendemos a andar com nossos membros frágeis para explorar o mundo sem nunca antes termos dado um um passo sequer. Aprendemos a observar, a reconhecer, a alegrarmo-nos, a sofrer, e continuarmos nossas experiências de explorações e descobertas.
Quando crianças, conseguimos tudo isso, sim, por que temos o apoio de todos que nos cercam, mas principalmente por que em nenhum momento nós pensamos que não somos capazes.
É como se movesse dentro de nós o Espírito do Mago, que conhece e domina todos os aspectos do mundo. O Mago sabe que tudo lhe é possível, por que tudo provém apenas de sua vontade. Assim, o Mago apenas deseja, quer, tenta e, irremediavelmente, consegue. Somos todos Magos quando crianças, mas aos poucos vamos perdendo nossa magia, entregando-a ao acaso toda vez que duvidamos de nós mesmos.
Então é preciso notar que para realizar maior parte da coisas que desejamos, precisamos recuperar a magia da infância, precisamos recuperar o Mago que há dentro de nós, e fazer valer a crença de que confiando exclusivamente em nós mesmos, podemos ultrapassar qualquer fronteira!

Augusto Branco

NOVIDADES

NOVIDADES


SOBRINHOS NASCIDOS NO ANO DE 2008

  • PEDRO - FILHO DA NEILA E DO ITO

  • PEDRO HENRIQUE - FILHO DA ELISANGELA E DO WESCLEY
LARISSA - FILHA DA LIDIANE E DO LEANDRO,
















BEM VINDOS
PEQUENINOS AO PLANETA TERRA
!!!!

Precisamos ensinar à próxima geração de crianças, a partir do primeiro dia, que eles são responsáveis por suas vidas. A maior dádiva da espécie humana, e também sua maior desgraça, é que nós temos livre arbítrio. Podemos fazer nossas escolhas baseadas no amor ou no medo.

Elizabeth Kubler-Ross

26 de novembro de 2008

Então é natal ..... Guirlanda

Guirlanda comestível feita com pimentões coloridos, aspargos, aipos, flores, palmitos. Bonita e gostosa.

A raposa e as uvas

Uma raposa faminta entrou num terreno onde havia uma parreira, cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima de sua cabeça.

A raposa não podia resistir à tentação de chupar aquelas uvas mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las.

Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:

- Estão verdes . . .

É fácil desdenhar daquilo que não se alcança.


Autor; Esopo


25 de novembro de 2008

O elefantinho

http://www1.istockphoto.com/file_thumbview_approve/4480315/2/istockphoto_4480315-big-eared-elephant-cartoon.jpg


Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado?
Andas perdido, bichinho
Espetaste o pé no espinho
Que sentes, pobre coitado?


— Estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!

(Vinicius de Moraes)

O Relógio

O relógio
http://www.eb1-s-teotonio.rcts.pt/relogio1.jpg


Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac . . .

(Vinicius de Moraes)

21 de novembro de 2008

"Acreditar nas fadas"


http://files.nireblog.com/blogs3/amoramizade/files/fadas.gif
"...A modernidade, querida menina, é um objetivo desejável e recomendável. Mas, olho vivo!, conquanto não "espante nem degrede as fadas". Ou melhor: o progresso e o avanço material devem respeitar e estimular a fé no invisível (?), no impossível (?) e no fantástico(?). É isso que chamo de "acreditar em fadas". Por quê? Por que é necessário "acreditar nas fadas"? A resposta está na Suécia. Vou lhe contar o que vi. Depois, você tire conclusões. Para a gente do CLUBE, este é um país belo, próspero... e triste. Uma nação na vanguarda da arte de ter e carecer. Estou indo embora desolado porque, mesmo sendo uma sociedade "espelho", eles vivem -eu acho - com os vidros do coração embaçados. De tanto esterilizar o exterior, mataram o interior. Eles têm tudo e não tem nada. É um território vazio de fora (vinte habitantes por quilômetro quadrado) e vazio por dentro (um dos maiores índices de suicídios do planeta). Têm ferro, mas são assustadiços. Têm aço, mas ão frágeis. Têm madeira, mas são de plástico. Têm energia elétrica, mas não sabem da "força motriz" dos sentimentos. Têm segurança, mas são inseguros. Têm um automóvel para cada dois cidadãos, mas viajam pelas vizinhanças da imaginação. Têm um telefone para cada duas pessoas, mas não sabem o "número" do coração. Têm um televisor para duas almas, mas não vêem. Apenas "olham". Têm longa vida (média de quase oitenta anos), mas a consomem nas filas do álcool, da indiferença e da depressão. Têm dinheiro (renda anual PER CAPITA de quase dez mil dólares), mas não têm crianças. Têm igualdade e liberdade, mas continuam a "proibir a entrada" de Deus. Têm uma bela Natureza, mas as "fadas" fugiram dela. Este é o panorama. Eis o problema: Um mundo exemplar material, embora desamparado no espiritual. Um mundo que esqueceu as outras infinitas "realidades". Que não "acredita nas fadas". Como você vê, "acreditar nas fadas" é e não é um jeito de falar. Em cartas anteriores, querida menina, me referi aos que têm (temos) fé. E também aos felizardos do CLUBE. Mas o que seguramente não
completei são as vantagens que acarreta a prática deste fascinante fenômeno da fé. Ou sim? Tanto faz. Eu lhe garanto que, quanto a isso, não me importo em cair na repetição. "Acreditar nas fadas" -- isto é, no invisível -- tem a vantagem de viver (voar) com quatro motores. Se falharem a razão e a lógica ainda restam os mais vigorosos: os motores do "Deus dirá". Uma sociedade materialista, por sua vez, vive (não voa) precária e perigosamente. Como você sabe, razão e lógica são "gafanhotos". "Acreditar nas fadas" proporciona o indescritível prazer da "queda livre". Já o estilo sueco é um boi de paraquedas. "Acreditar nas fadas" são cinco semanas de balão. Já o pragmatismo, frio e desértico, é uma ao centro da Terra. "Acreditar nas fadas" é um desembarque contínuo em outras margens. Um mundo que despreza a fantasia, ao contrário, é um mundo de lagostas. Vivem no mar e não sabem que o mar tem praias. "Acreditar nas fadas" é estar "ligado" na"rede" de Deus. o olhar acende. Já um homem sem fé é uma rede sem ligar evivendo com duas velas. "Acreditar nas fadas" é planar na asa-delta do impossível. E voa! Negar os outros mundos, ao contrário, é limitar-se a olhar (invejar) do chão do ceticismo. "Acreditar nas fadas" é ser SPRINTER e alpinista. O progresso no estilo sueco, por sua vez, deve resignar-se ao papel gregário. "Acreditar nas fadas" é saber que o que é acima é embaixo. Já a ausência de espiritualidade sabe só do "embaixo". "Acreditar nas fadas" é admitir que a gente é e não é Deus. Já para os filósofos da indiferença, a gente é e não é. "Acreditar nas fadas" é descer à força do pulmão nas fossas nasais das Marianas. Para o rigor científico, órfão de imaginação, as fadas são um poço onde caem os débeis mentais. "Acreditar nas fadas" é maravilhar-se diante de uma criatura, a quatro mil metros e com "anticongelante". Para a ciência descarnada, por sua vez, essa criatura é apenas um percevejo do Mauna Loa (Hawai).
"Acreditar nas fadas" permite ascender com as "térmicas" do espírito. Já uma sociedade sem alma aproveita essas correntes sobre a carniça. "Acreditar nas fadas" é navegar sem colete salva-vidas. Já a imagem sueca é a de uma freira com bóia flutuante. ...
"Acreditar nas fadas" é entrar no reino da morte e sair sorrindo. Já os ateus sequer sabem do que estou falando. ... "
Acreditar nas fadas", enfim, como se vê, é muito mais que acreditar em fadas. "Acreditar nas fadas" é pendurar -- mais uma vez -- uma "gaiola de pássaros" no seu coração.
"Acreditar nas fadas" querida menina, não é outra coisa que seguir a lei natural. Diga-me: a noite não acredita no alvorecer? O amor não acredita no beijo? Não acredita a dúvida no "sim" e no "não"? Não acredita a linha no anzol? Não acredita Van Gogh na cor? Não acredita o azul no violeta? Não acredita a vida na morte? Não acredita a morte na vida? Não acredita a gaivota no mastro? Não acredita a água no H2O? Não acredita a idéia na palavra? Não
acredita a vela no vento? Não acredita a vigília no sono? Não acredita Ivan, seu irmão, na fotografia? Não acredita eu em você e você em mim? Receba um milhão de beijos, minha querida "fada". e dê lembranças a minha avó, a "contrabandista", sua "fada protetora".


J.J.Benitez em carta a sua filha Tilma

http://files.nireblog.com/blogs3/amoramizade/files/fadas.gif

A Foca

Composição: Indisponível

http://www.gifsdahora.com.br/gifs_animados/gifs/01Animais/foca_com_a_bola_4.gif

Quer ver a foca
Ficar feliz?
É por uma bola
No seu nariz.

Quer ver a foca
Bater palminha?
É dar a ela
Uma sardinha.

Quer ver a foca
Comprar uma briga?
É espetar ela
Na barriga!

Lá vai a foca
Toda arrumada
Dançar no circo
Pra garotada.

Lá vai a foca
Subindo a escada
Depois descendo
Desengonçada.

Quanto trabalha
A coitadinha
Pra garantir
Sua sardinha

20 de novembro de 2008

" Acreditar nas fadas" - JJ Benitez



"...A modernidade, querida menina, é
um objetivo desejável e recomendável. Mas, olho vivo!, conquanto não "espante
nem degrede as fadas". Ou melhor: o progresso e o avanço material devem
respeitar e estimular a fé no invisível (?), no impossível (?) e no fantástico
(?). É isso que chamo de "acreditar em fadas". Por quê? Por que é necessário "
acreditar nas fadas"? A resposta está na Suécia. Vou lhe contar o que vi.
Depois, você tire conclusões. Para a gente do CLUBE, este é um país belo,
próspero... e triste. Uma nação na vanguarda da arte de ter e carecer. Estou
indo embora desolado porque, mesmo sendo uma sociedade "espelho", eles vivem --
eu acho -- com os vidros do coração embaçados. De tanto esterilizar o exterior,
mataram o interior. Eles têm tudo e não tem nada. É um território vazio de fora
(vinte habitantes por quilômetro quadrado) e vazio por dentro (um dos maiores
índices de suicídios do planeta). Têm ferro, mas são assustadiços. Têm aço, mas
são frágeis. Têm madeira, mas são de plástico. Têm energia elétrica, mas não
sabem da "força motriz" dos sentimentos. Têm segurança, mas são inseguros. Têm
um automóvel para cada dois cidadãos, mas viajam pelas vizinhanças da
imaginação. Têm um telefone para cada duas pessoas, mas não sabem o "número" do
coração. Têm um televisor para duas almas, mas não vêem. Apenas "olham". Têm
longa vida (média de quase oitenta anos), mas a consomem nas filas do álcool, da
indiferença e da depressão. Têm dinheiro (renda anual PER CAPITA de quase dez
mil dólares), mas não têm crianças. Têm igualdade e liberdade, mas continuam a
"proibir a entrada" de Deus. Têm uma bela Natureza, mas as "fadas" fugiram dela.
Este é o panorama. Eis o problema: Um mundo exemplar material, embora
desamparado no espiritual. Um mundo que esqueceu as outras infinitas
"realidades". Que não "acredita nas fadas". Como você vê, "acreditar nas fadas"
é e não é um jeito de falar. Em cartas anteriores, querida menina, me referi aos
que têm (temos) fé. E também aos felizardos do CLUBE. Mas o que seguramente não
completei são as vantagens que acarreta a prática deste fascinante fenômeno da
fé. Ou sim? Tanto faz. Eu lhe garanto que, quanto a isso, não me importo em cair
na repetição. "Acreditar nas fadas" -- isto é, no invisível -- tem a vantagem de
viver (voar) com quatro motores. Se falharem a razão e a lógica ainda restam os
mais vigorosos: os motores do "Deus dirá". Uma sociedade materialista, por sua
vez, vive (não voa) precária e perigosamente. Como você sabe, razão e lógica são
"gafanhotos". "Acreditar nas fadas" proporciona o indescritível prazer da "queda
livre". Já o estilo sueco é um boi de pára-quedas. "Acreditar nas fadas" são
cinco semanas de balão. Já o pragmatismo, frio e desértico, é uma ao centro da
Terra. "Acreditar nas fadas" é um desembarque contínuo em outras margens. Um
mundo que despreza a fantasia, ao contrário, é um mundo de lagostas. Vivem no
mar e não sabem que o mar tem praias. "Acreditar nas fadas" é estar "ligado" na
"rede" de Deus. o olhar acende. Já um homem sem fé é uma rede sem ligar e
vivendo com duas velas. "Acreditar nas fadas" é planar na asa-delta do
impossível. E voa! Negar os outros mundos, ao contrário, é limitar-se a olhar
(invejar) do chão do ceticismo. "Acreditar nas fadas" é ser SPRINTER e
alpinista. O progresso no estilo sueco, por sua vez, deve resignar-se ao papel
gregário. "Acreditar nas fadas" é saber que o que é acima é embaixo. Já a
ausência de espiritualidade sabe só do "embaixo". "Acreditar nas fadas" é
admitir que a gente é e não é Deus. Já para os filósofos da indiferença, a gente
é e não é. "Acreditar nas fadas" é descer à força do pulmão nas fossas nasais
das Marianas. Para o rigor científico, órfão de imaginação, as fadas são um poço
onde caem os débeis mentais. "Acreditar nas fadas" é maravilhar-se diante de uma
criatura, a quatro mil metros e com "anticongelante". Para a ciência descarnada,
por sua vez, essa criatura é apenas um percevejo do Mauna Loa (Hawai).
"Acreditar nas fadas" permite ascender com as "térmicas" do espírito. Já uma
sociedade sem alma aproveita essas correntes sobre a carniça. "Acreditar nas
fadas" é navegar sem colete salva-vidas. Já a imagem sueca é a de uma freira com
bóia flutuante. ... "Acreditar nas fadas" é entrar no reino da morte e sair
sorrindo. Jáos ateus sequer sabem do que estou falando. ... "Acreditar nas
fadas", enfim, como se vê, é muito mais que acreditar em fadas. "Acreditar nas
fadas" é pendurar -- mais uma vez -- uma "gaiola de pássaros" no seu coração.
"Acreditar nas fadas" querida menina, não é outra coisa que seguir a lei
natural. Diga-me: a noite não acredita no alvorecer? O amor não acredita no
beijo? Não acredita a dúvida no "sim" e no "não"? Não acredita a linha no anzol?
Não acredita Van Gogh na cor? Não acredita o azul no violeta? Não acredita a
vida na morte? Não acredita a morte na vida? Não acredita a gaivota no mastro?
>br> Não acredita a água no H2O? Não acredita a idéia na palavra? Não
acredita a vela no vento? Não acredita a vigília no sono? Não acredita Ivan, seu
irmão, na fotografia? Não acredita eu em você e você em mim? Receba um milhão de
beijos, minha querida "fada". e dê lembranças a minha avó, a "contrabandista",
sua "fada protetora".




Kaboost

kaboost.png

Adoro design inteligente, desses que não só são bonitos e funcionais, mas resolvem problemas do dia-a-dia de forma inusitada. Um belo exemplo disso é o Kaboost, um calço portátil que eleva a altura das cadeiras da sua casa. Feito em plástico e em três cores diferentes, ele se adapta a maioria dos modelos de quatro pernas, sejam elas redondas ou retangulares. Perfeito para aquela idade em que eles não querem mais se sentar no cadeirão, mas ainda não tem altura para se juntar aos adultos durante a refeição.

Ainda não está à venda no Brasil, mas quem sabe agora alguma loja se anima e importa a novidade.

19 de novembro de 2008

Os poemas são pássaros




Ilustração Mauricio de Sousa

Ilustração Mauricio de Souza

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Mario Quintana

PRIMAVERA


http://www.pspartetutoriais.kit.net/tutorial06psp09/passaros.jpg
Bem cedo, mal rompe o dia,
já estão gorjeando as aves
os seus pipilos suaves
em desusada alegria.

Vasto, o campo se descobre,
ondula, se estende e perde,
todo verde, todo verde
da nova relva que o cobre.

De toda banda invadidos
e cheios estão os ares
do perfume dos pomares
e dos jardins florescidos.

A ave eriça a pluma,
Varre os ares e os refresca
O sopro da brisa fresca
Que tudo beija e perfuma.

A natureza se esmera
Em galas e enfeites novos;
Ri o sol, brotam renovos…
É a risonha primavera

que bem cedo acorda os ninhos,
as flores perfuma, enfolha
as árvores, folha a folha,
onde cantam os passarinhos.

Francisca Júlia e Júlio César da Silva


Alice no país das maravilhas - Lewis Carrol

[aliceSONHA.jpg]Alice estava começando a ficar muito cansada de estar sentada ao lado de sua irmã e não ter nada para fazer: uma vez ou duas ela dava uma olhadinha no livro que a irmã lia, mas não havia figuras ou diálogos nele e “para que serve um livro”, pensou Alice, “sem figuras nem diálogos?”
Então, ela pensava consigo mesma (tão bem quanto era possível naquele dia quente que a deixava sonolenta e estúpida) se o prazer de fazer um colar de margaridas era mais forte do que o esforço de ter de levantar e colher as margaridas, quando subitamente um Coelho Branco com olhos cor-de-rosa passou correndo perto dela.
Não havia nada de muito especial nisso, também Alice não achou muito fora do normal ouvir o Coelho dizer para si mesmo “Oh puxa! Oh puxa! Eu devo estar muito atrasado!” (quando ela pensou nisso depois, ocorreu-lhe que deveria ter achado estranho, mas na hora tudo parecia muito natural); mas, quando o Coelho tirou um relógio do bolso do colete, e olhou para ele, apressando-se a seguir, Alice pôs-se em pé e lhe passou a idéia pela mente como um relâmpago, que ela nunca vira antes um coelho com um bolso no colete e menos ainda com um relógio para tirar dele. Ardendo de curiosidade, ela correu pelo campo atrás dele, a tempo de vê-lo saltar para dentro de uma grande toca de coelho embaixo da cerca.
No mesmo instante, Alice entrou atrás dele, sem pensar como faria para sair dali.
A toca do coelho dava diretamente em um túnel, e então aprofundava-se repentinamente. Tão repentinamente que Alice não teve um momento sequer para pensar antes de já se encontrar caindo no que parecia ser bastante fundo.
Ou aquilo era muito fundo ou ela caía muito devagar, pois a menina tinha muito tempo para olhar ao seu redor e para desejar saber o que iria acontecer a seguir. Primeiro, ela tentou olhar para baixo e compreender para onde estava indo, mas estava escuro demais para ver alguma coisa; então, ela olhou para os lados do poço e percebeu que ele era cheio de prateleiras: aqui e ali ela viu mapas e quadros pendurados em cabides. Alice apanhou um pote de uma das prateleiras ao passar: estava etiquetado “GELÉIA DE LARANJA”, mas para seu grande desapontamento estava vazio: ela não jogou o pote fora por medo de machucar alguém que estivesse embaixo e por isso precisou fazer algumas manobras para recolocá-lo em uma das prateleiras.
“Bem”, pensou Alice consigo mesma. “Depois de uma queda dessas, eu não vou achar nada se rolar pela escada! Em casa eles vão achar que eu sou corajosa! Porque eu não vou falar nada, mesmo que caia de cima da casa!” (O que era provavelmente verdade).
Para baixo, para baixo, para baixo. Essa queda nunca chegará ao fim?
“Eu adoraria saber quantas milhas eu caí até agora”, ela disse em voz alta. “Eu devo estar chegando em algum lugar perto do centro da terra. Deixe-me ver. Até aqui eu já desci umas 400 milhas, eu acho... (você vê, Alice aprendeu uma porção desse tipo de coisas na escola e pensou que seria muito boa a oportunidade de colocar para fora seu conhecimento; mesmo não havendo ninguém para ouvi-la, ainda assim era bom praticar.)
”Sim, acho que está correto, mas em que Latitude e Longitude estaríamos?” (Alice não tinha a mais leve idéia do que Latitude era, ou Longitude tampouco, mas ela pensava que eram boas palavras para se dizer.)
Logo ela começou novamente: “Eu queria saber se eu posso cair direto através da terra! Como seria engraçado surgir entre as pessoas que caminham com suas cabeças para baixo. Os antipáticos, eu acho... (ela estava menos triste que não houvesse ninguém ouvindo agora, porque aquela não soou como a palavra correta) mas eu tenho que pedir-lhes que digam o nome do país deles, sabe. Por favor, madame, aqui é a Nova Zelândia? Ou Austrália? (e ela tentou fazer uma reverência enquanto falava — tentar fazer uma reverência enquanto se cai no ar! Você acha que poderia controlar isso?) Ela iria pensar que eu sou uma garotinha ignorante por perguntar! Não, não vou perguntar nunca. Talvez eu possa ver o nome escrito em algum lugar.”
Para baixo, para baixo, para baixo. Não havia nada mais a fazer, então Alice começou a falar novamente.
“Dinah vai sentir muito a minha falta esta noite, eu acho (Dinah era a gatinha). Espero que eles lembrem de dar-lhe leite na hora do chá. Dinah, minha querida! Eu queria que você estivesse aqui comigo agora. Não há ratos no ar, eu temo, mas você poderia pegar um morcego, e eles são tão parecidos com os ratos, você sabe. Mas será que os gatos comem morcegos?” E aqui Alice começou a ficar sonolenta e continuou falando para si mesma, de uma maneira sonhadora. “Gatos comem morcegos?”, e às vezes “Morcegos comem gatos?”
Como vocês podem ver, ela não conseguia responder nenhuma das duas questões, portanto não importava muito de que maneira ela as colocava. Alice sentiu que estava cochilando, e começou a sonhar que caminhava de mãos dadas com Dinah e falava com ela, bem seriamente: “Então, Dinah, diga-me a verdade...você já comeu um morcego?”, quando subitamente, thump!thump!, caiu sobre uma pilha de gravetos e folhas secas e a queda acabou.
Alice não estava nem um pouco machucada, e pôde saltar sobre os pés num instante: olhou para cima mas estava tudo escuro sobre sua cabeça, diante dela havia outro grande túnel e o Coelho Branco ainda estava à vista, apressado.
Não havia nenhum momento a perder! lá se foi Alice como vento, exatamente a tempo de ouvi-lo dizer, quando virara a esquina:
“Oh! minhas orelhas e minhas vibrissas, como está ficando tarde!”
Alice estava bem atrás dele quando dobrou a esquina, mas ainda era possível avistar o coelho. A menina encontrou-se, então, em um comprido e baixo aposento, que era iluminado por uma fileira de lâmpadas penduradas no teto.
Havia portas por toda a volta do aposento, mas estavam todas trancadas, e depois que Alice percorreu uma a uma, tentando cada porta sem sucesso, ela voltou tristemente para o centro do quarto, pensando sobre como sairia daquela.
De repente, encontrou uma pequena mesa de três pés, toda feita em vidro sólido: não havia nada sobre ela senão uma minúscula chave dourada e a primeira idéia de Alice foi de que ela deveria pertencer a uma das portas da sala; “mas, ai de mim!, ou as fechaduras são muito grandes ou a chave muito pequena, mas de qualquer maneira não iria abrir nenhuma das portas.” Entretanto, na segunda tentativa, Alice encontrou uma cortina que não havia percebido antes, e atrás dela existia uma pequena porta de aproximadamente 40 centímetros: a menina colocou a pequena chave dourada na fechadura e, para seu grande prazer, ela encaixou!
Alice abriu a porta e viu que dava para uma pequena passagem, não muito maior que um buraco de rato: ela ajoelhou-se e avistou o mais adorável jardim que jamais vira. Como ela gostaria de sair daquela sala escura e passear por entre aqueles canteiros de flores viçosas e aquelas fontes geladas...mas ela nem mesmo conseguiria fazer passar sua cabeça pela porta; “e mesmo que a minha cabeça passasse”, pensou a pobre Alice, “teria pouca utilidade sem meus ombros. Oh! como eu desejo poder encolher como um telescópio. Eu acho que poderia, se ao menos soubesse como começar.”
Vejam só, tantas coisas estranhas tinham acontecido ultimamente que Alice começara a pensar que muito poucas coisas eram na verdade realmente impossíveis.
Não havia muito sentido em ficar esperando ao lado da portinha e então Alice voltou em direção à mesa, com esperança de poder encontrar outra chave sobre ela ou, quem sabe, um livro de regras para ensinar as pessoas a encolherem como telescópios: desta vez ela encontrou uma pequena garrafa sobre ela (“que certamente não estava sobre aqui antes”, disse Alice) e amarrada ao redor do gargalo estava uma etiqueta com as palavras “BEBA-ME” lindamente impressa em palavras grandes.
Tudo bem dizer “BEBA-ME”, mas a sábia Alice não ia fazer aquilo apressadamente. “Não, eu vou olhar primeiro”, disse ela, “e ver se está marcado veneno ou não”; Alice já lera muitas lindas histórias sobre criancinhas queimadas ou engolidas por feras selvagens e outras coisas desagradáveis, tudo porque não tinham lembrado das regras simples que seus amigos falavam para elas. Por exemplo: um atiçador de lareira pode queimá-lo se você segurar por muito tempo, ou, se você cortar seu dedo muito fundo com uma faca, geralmente sangra; e ela nunca esquecera aquela: se você beber de uma garrafa que diz “veneno” é quase certo que isso irá prejudicá-lo, cedo ou tarde.
Entretanto, esta garrafa não tinha gravado “veneno”, daí, Alice aventurou-se a experimentá-la e, achando o sabor muito gostoso (o conteúdo tinha, de fato, um tipo de mistura de torta de cereja, creme de ovos, leite e açúcar, abacaxi, peru assado, toffy e torradas quentes), ela bem rápido acabou com ele.

 *  *  *  *  *  *  *

Sonhos - Augusto Cury

http://www.guiaequilibrio.com.br/sonhos2.jpg

Os sonhos não determinam o lugar onde vocês vão chegar, mas produzem a força necessária para tirá-los do lugar em que vocês estão. Sonhem com as estrelas para que vocês possam pisar pelo menos na Lua. Sonhem com a Lua para que vocês possam pisar pelo menos nos altos montes. Sonhem com os altos montes para que vocês possam ter dignidade quando atravessarem os vales das perdas e das frustrações. Bons alunos aprendem a matemática numérica, alunos fascinantes vão além, aprendem a matemática da emoção, que não tem conta exata e que rompe a regra da lógica. Nessa matemática você só aprende a multiplicar quando aprende a dividir, só consegue ganhar quando aprende a perder, só consegue receber, quando aprende a se doar.
Uma pessoa inteligente aprende com os seus erros, uma pessoa sábia vai além, aprende com os erros dos outros, pois é uma grande observadora.
Procurem um grande amor na vida e cultivem-no. Pois, sem amor, a vida se torna um rio sem nascente, um mar sem ondas, uma história sem aventura! Mas, nunca esqueçam, em primeiro lugar tenham um caso de amor consigo mesmos.

Dr. Augusto Cury é publicado em dezenas de países. É considerado um dos autores mais lidos da atualidade

18 de novembro de 2008

O patinho



Pintainho do pato
Galante, amarelo e novo,

Mal saiu da casca do ovo
Busca as águas do regato
Todo ele, tão lindo e louro,

Enquanto nas águas bóia,
Tem a graça de uma jóia

Feita em ouro.

Francisca Júlia


Leilão de Jardim




Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,

lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?

Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua da Primavera?

Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?


E a cigarra e a sua canção?

E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)


Cecilia Meireles


Paremia do Cavalo

.

Cavalo ruano corre todo o ano
Cavalo baio mais veloz que o raio

Cavalo branco veja lá se é manco

Cavalo pedrês compro dois por mês

Cavalo rosilho quero como filho

Cavalo alazão a minha paixão

Cavalo inteiro amanse primeiro

Cavalo de sela mas não pra donzela

Cavalo preto chave de soneto

Cavalo de tiro não rincho, suspiro

Cavalo de circo não corre uma vírgula

Cavalo de raça rolo de fumaça

Cavalo de pobre é vintém de cobre

Cavalo baiano eu dou pra fulano

Cavalo paulista não abaixa a crista

Cavalo mineiro dizem que é matreiro

Cavalo do sul chispa até no azul

Cavalo inglês fica pra outra vez.

Carlos Drummond de Andrade

O Pingüim

                                


Bom-dia, Pingüim

Onde vai assim

Com ar apressado?

Eu não sou malvado

Não fique assustado

Com medo de mim.

Eu só gostaria

De dar um tapinha

No seu chapéu de jaca

Ou bem de levinho

Puxar o rabinho

Da sua casaca.



Vinicius de Morais

17 de novembro de 2008

A Voz dos animais




 


Imagem pinceladadeideias

 
O peru, em meio à bulha
De outras aves em concerto,
Como faz, de leque aberto?
_ Grulha
.
— Como faz o pinto, em dia
De chuva, quando se interna
Debaixo da asa materna?
— Pia
.
— Enquanto alegre passeia
Girando em torno do ninho,
Como faz o passarinho?
— Gorjeia
.
(...)
— Quando a galinha deseja
Chamar os pintos que aninha,
Como é que faz a galinha?
— Cacareja.
.
— A rã, quando a noite baixa,
Que faz ela a toda hora
Dentre os limos em que mora?
— Coaxa
.
(...)
— Que faz o gato, que espia
Uma terrina de sopa
Que fumega sobre a copa?
— Mia
.
(...)
— Cheia a boca da babuge
Do milho bom que rumina,
Que faz o boi na campina?
— Muge
.
(...)
— A voz tremida do grilo
Que vive oculto na grama,
A trilar, como se chama?
— Trilo
.
Mas, escravos das paixões
Que os fazem bons ou ferozes,
Os homens têm suas vozes
Conforme as ocasiões
.
Francisca Júlia
.

14 de novembro de 2008

MOTIVO DA ROSA

rosa branca

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos

ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecília Meireles

12 de novembro de 2008

O Ninho


http://www.fotoplatforma.pl/foto_galeria/3896__7004.jpg

O musgo mais sedoso, a úsnea mais leve
Trouxe de longe o alegre passarinho,
E um dia inteiro ao sol paciente esteve
Com o destro bico a arquitetar o ninho.

Da paina os vagos flocos cor de neve
Colhe, e por dentro o alfombra com carinho;
E armado, pronto enfim, suspenso, em breve,
Ei-lo, balouça à beira do caminho.

E a ave sobre ele as asas multicores
Estende e sonha. Sonha que o áureo pólen
E o néctar suga às mais brilhantes flores;

Sonha… Porém, de súbito, a violento
Abalo acorda. Em torno as folhas bolem…
É o vento! E o ninho lhe arrebata o vento!


de


11 de novembro de 2008

A arca de Noé



http://escolaribeiraocavalo.pbwiki.com/f/arca11.jpg
Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora as cabeças botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pêlo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre – "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista.

Na serra o arco-íris se esvai...
E... desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.

10 de novembro de 2008

Cantiga da Babá -



Eu queria pentear o menino
como os anjinhos de caracóis.
Mas ele quer cortar o cabelo,
porque é pescador e precisa de anzóis.
Eu queria calçar o menino
com umas botinhas de cetim.
Mas ele diz que agora é sapinho
e mora nas águas do jardim.
Eu queria dar ao menino
umas asinhas de arame e algodão.
Mas ele diz que não pode ser anjo,
pois todos já sabem que ele é índio e leão.
.
(Este menino está sempre brincando,dizendo-me coisas assim.
Mas eu bem sei que ele é um anjo escondido,um anjo que troça de mim.)

Cecília Meireles

7 de novembro de 2008

Paul Klee

http://www.fine-art.com/members/36931/imagesBig/File8493788318.jpg


Tete d'enfante, Paul Klee lithograph


Alinhar à esquerdaPaul Klee 579

Paul Klee

Paul Klee 583

Paul Klee

Paul Klee nasceu em 18 de dezembro de 1879 em Münchenbuchsee, perto de Berna, na Suíça.

Quando garoto, adorava ouvir os contos de fadas de sua avó, muitos dos quais ela mesma ilustrava

Logo se interessou por desenhar e pintar - mas sempre fantasia, nunca a partir da natureza.

A morte de sua avó, quando ele tinha apenas cinco anos de idade, foi um golpe triste; sentiu-se "abandonado, um artista órfão".

Meninos no Balanco - Portinari



HOJE É DIA DE CECILIA




"Nasci no Rio de Janeiro, três meses depois da morte do meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas ao mesmo tempo me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno. Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento da minha personalidade."
Cecília Meireles
*********************
O cavalinho branco

            
A tarde, o cavalinho branco
está muito cansado:

mas há um pedacinho do campo
onde é sempre feriado.

O cavalo sacode a crina
loura e comprida

e nas verdes ervas atira
sua branca vida.

Seu relincho estremece as raízes
e ele ensina aos ventos

a alegria de sentir livres
seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto!
desde a madrugada!

Descansa entre as flores, cavalinho branco,
de crina dourada!